sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Texto da minha infância


A Porta

Eu sou feita de madeira
Madeira, matéria morta.
Mas não há coisa no mundo
Mais viva do que uma porta.

Eu abro devagarinho
Pra passar o menininho.
Eu abro bem com cuidado
Pra passar o namorado.
Eu abro bem prazenteira
Pra passar a cozinheira.
Eu abro de sopetão
Pra passar o capitão.

Só não abro pra essa gente
Que diz (a mim bem me importa)
Que se uma pessoa é burra,
É burra como uma porta.

Eu sou muito inteligente!

Eu fecho a frente da casa,
Fecho a frente do quartel,
Fecho tudo nesse mundo,
Só vivo aberta no céu!

Vinícius de Moraes, Poemas Infantis
*Imagem retirada do Google.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Parabéns a todas as professoras!!!


Ufa! Quase não tive tempo de fazer esse post mas, não podia deixar para depois o ABRAÇO apertado a todas as professoras e professores do nosso país, pois vendo a situação da educação por aqui constato que somos heróis e heroinas porque acreditamos mesmo quando nada parece dar certo.

Quem não sonha, não realiza! diria a minha amada Pró Márcia Leone e eu sonho que um dia existirá eqüidade na nossa sociedade.

Hoje visitei uma escola municipal do suburbio para concretizar o meu projeto de estágio e fiquei com vontade de não sair mais de lá, mas infelizmente (ou felizmente em alguns casos) é a Secretaria de Educação que determina para onde vão os estágiarios, muitas vezes tive dúvida sobre a minha opção, as pessoas costumam nos perguntar porque optamos pelo magistério e cá para nós não somos valorizados, mas hoje tive todas as certezas que outrora procurei: EU SOU PROFESSORA. E nada há de mais encantador que semear em campos tão fertéis.

Como diria o meu também amado Gabriel Chalita:

"Aos velhos e jovens professores,aos mestres de todos os tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão digna e feliz.Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com a colheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes"

Parabéns a todos os semeadores.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Mais um inocente...

Eu sou mãe e não posso me calar diante da dor da mãe de Gabriel, esse fato aconteceu na minha rua mas acontece diariamente no seio de várias familias. Eu não conheço a mãe de Gabriel e não consigo suportar imaginar a dor que ela está sentindo. Aos familiares os meus sentimentos, as nossas leis,legisladores, governantes e demais participantes dessa vergonha o meu desprezo. Gabriel, sabemos que você é um anjo e está diante da vida eterna, aos pais força.


Corpo de menino vítima de bala perdida é enterrado

Helga Cirino e Sidnei Matos | A TARDE

>>Você conhece alguém que tenha sido vítima de bala perdida? Conte essa história.

Cerca de duzentas pessoas, entre familiares, amigos de rua e de escola estão no Cemitério Quinta de São Lázaro, onde Gabriel da Rocha Paz, menino de oito anos morto vítima de bala perdida, será enterrado. Ao todo, quatro ônibus chegaram lotados para o enterro do menino. Revolta e dor marcavam o começo da cerimônia de sepultamento.

O corpo do menino foi liberado pelo no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR) no começo da tarde desta terça-feira 13.

Bala perdida - Gabriel Rocha da Paz foi atingido por uma bala perdida e acabou morrendo, na tarde desta segunda, no bairro do Uruguai. Gabriel ia com os primos e uma tia para uma festa, na localidade do Bate-Estaca, quando um homem chegou atirando contra um rival, na Rua 25 de Dezembro, por volta das 15h.

O tiro que matou o menino teria sido disparado por um traficante que pretendia matar o rival Roberto Lopes Santos, que também acabou baleado. Os pais do menino estavam em Itaparica no momento do crime.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

FELIZ DIA DA CRIANÇA


Ser criança
é poder correr
sem olhar pra trás
seguir em frente
até onde vai a visão
È lambuzar-se com um pirulito
chocolate, cachorro-quente
È chorar pela queda e em
segundos sorrir
É fazer o que está ao seu redor
SORRIR
È imaginar que é princesa, pirata, herói
È ter um castelo em um dia e uma ilha inteirinha no outro
e convidar os amigos para brincar nas sua propriedades
È querer ser grandão
mas sem as chatices de gente grande
È um beijo melado
Um sorriso sincero
Um abraço apertado
È a mais doce vivência do ser

sábado, 10 de outubro de 2009

Para as crianças grandes...

VOLTANDO A SER CRIANÇA

Vivemos uma realidade tão dura que, às vezes, queremos voltar à infância,à época de fantasias,convivência com os pais,tendo nosso próprio mundo,sem as múltiplas preocupações,tantas decepções e as constantes pressões...

Mas nem todos tiveram um lar,ou não foram felizes na infância,e nem essa volta é possível.Mas ser adulto também não é sinônimo de carrancudo e só pensar na dura realidade.Jesus disse que precisávamos nos tornar como crianças para herdar o Reino dos céus...

Viva o momento presente da vida,mas não mate o espírito de criança que um dia houve em você.Cultive a simplicidade,o mundo de sonhos a alegria, o amor à natureza e a confiança em Deus.Com toda a certeza sua vida terá mais sentido e muito mais beleza...
(Fernando Partiners)

domingo, 4 de outubro de 2009

Para sonhar...

“...Quem gosta de viver não tem preguiça de reinventar, nem medo de ousar. Quem gosta de viver não tem medo de ternura, da gentileza, do amor. Quem gosta de viver, educa!...”

Gabriel Chalita

Para onde vamos?

Li esse texto do mestre Ariano Suassuna em um blog e não pude deixar de postar no meu. Não é preciso ir muito longe para ver um bando de mulheres eufóricas enquanto um cantor de pagode grita:
" Tem cachorra aí?"
E como sinônimo de mulher temos ainda " piriguete ( e não venham me falar do significado do dicionário) . Eis o texto:


‘Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’.

A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.

Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.

Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde.

Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.

Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção.

Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na platéia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

Ariano Suassuna

Eu sou...








Minha aldeia



Minha tribo




Minha cultura


Minha raiz